No segundo texto da série Geração Touch Screen, Patricia Dupin fala sobre como manter a atenção de alunos cada vez mais conectados em sala de aula
A Geração Touch Screen é a geração das escolhas e do imediatismo. Uma geração formada por jovens que conseguem lidar de forma simultânea com até cinco telas em seus dispositivos móveis ao mesmo tempo. Suas características revelam uma tendência de comportamento e estilo de vida entre os estudantes. E o educador deve encontrar caminhos e soluções para tornar as suas aulas cada vez mais interessantes dentro desse contexto. Por isso, confira o que Patricia Dupin, psicanalista, especialista em neurocognição e potencial humano, e doutora em Ciências da Informação e da Comunicação, diz sobre o assunto.
Segundo ela, essa geração desenvolveu, sim, habilidades para lidar simultaneamente com mais de quatro dispositivos móveis. “Isso significa que a nossa mente é realmente espetacular!”, ressalta. “Mas o fato de sermos capazes de fazer muitas coisas ao mesmo tempo não significa que o educador tenha que oferecer dinâmicas para super estimular o cérebro do estudante o tempo todo. O super estímulo do pensamento dispersivo, por exemplo, em detrimento do pensamento linear, pode gerar transtornos ou disfunções cognitivas, especialmente distúrbios de atenção e a impulsividade. Incrementar a dinâmica com consciência é a melhor escolha”, afirma Patricia.
O mesmo ocorre no caso de pensamentos e comportamentos imediatistas, que devem ser alternados ao longo do viver por pensamentos e comportamentos de maior consistência e profundidade. “Essa pode ser uma ótima oportunidade do educador utilizar o aparato tecnológico hoje existente (bem dinâmico) e incluir perguntas mais inteligentes e interativas para exercitar pensamentos mais e mais profundos e reflexivos, estimulando o fenômeno da recursividade do pensar, que trará competência para lidar com o futuro e tomar boas decisões no presente e futuro”, explica.
“Como no exemplo da linda obra infantil “Educação para Pensar”, de Issao e Guga da Matthew Lipman, filósofo e pedagogo norte americanos, que tem foco nos processos de percepção e conhecimento de si e do mundo que inclui temáticas de ecologia. Ela Estimula o desenvolvimento do pensamento reflexivo, criativo e crítico a partir de discussões democráticas, perguntas interessantes e intrigantes, confrontação de argumentações, bem atual para a era digital”, complementa Patricia.
“Se queremos adultos que pensem sobre si mesmos devemos educar crianças para que pensem sobre si mesmo”. Matthew Lipman
Para tanto que, ao educador cabe a responsabilidade de desenvolver o pensamento junto com estudantes de forma dinâmica, mas evitando a superficialidade, tantas vezes presentes nos comentários nas reses sociais e encontros de todas as naturezas.
“A educação é um ato de amor, portanto de ato de valor”. Paulo Freire
Para finalizar, Patricia Dupin também comenta que incremento do imediatismo não foi causado pela era digital, como tantas pessoas a culpam, mas pela forma como nossa sociedade interage e exagera valor social que teve maior efeito no uso da tecnologia digital. “A causa é derivada das nossas crenças e do que estamos privilegiando no nosso viver e relacionar. Não tem nada a ver com a interpretação de uma forma ideal ou mais moderna de se viver. A tecnologia é um meio como muitos outros e o que ela gera depende da cultura que criamos, do lugar ocupado pelo nosso desejo no mundo.”
E o que a escola pode fazer para melhorar a relação com alunos dessa geração? Caso esteja buscando novas soluções e novos jeitos de ensinar e aprender, fale com nossa equipe. Podemos elaborar uma proposta personalizada para uso de tecnologias educacionais na sua escola.
Disponível em:https://www.positivoteceduc.com.br/blog-especialistas/como-deve-ser-a-dinamica-para-uma-sala-de-aula-com-alunos-da-geracao-touch/